O Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJE) quebrou o silêncio sobre a acusação de clonagem de questões na prova do concurso público para provimento de vagas no órgão judiciário. Em seu site, o TJE divulgou ontem uma nota na qual afirma que a comissão do concurso “enviou cópia das questões supostamente clonadas, com os respectivos anexos, à Fundação Carlos Chagas, responsável pela elaboração das provas, para análise e exame das denúncias”. O TJE disse ainda que “somente após o parecer da instituição é que será decidido sobre a anulação das questões contestadas”.O DIÁRIO publicou no dia 7 de junho uma matéria sobre o assunto, após a comparação das provas e a confirmação da clonagem de 13 questões na prova específica para assistentes sociais, candidatos ao cargo de analista judiciário. Naquele momento, o TJE informou não ter recebido comunicado oficial sobre o assunto. O resultado prévio das provas objetivas do concurso seria divulgado no último dia 9, mas isso não foi feito até hoje. Além disso, as provas do concurso, que estavam disponíveis no site da Fundação Carlos Chagas, foram retiradas após o surgimento das denúncias. ANÁLISE - Após a publicação da reportagem, o Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado do Pará (Sinaspa) atestou a clonagem de mais três questões na prova específica. “Se a gente continuar analisando, vai perceber que a prova toda foi clonada. A prova inteira tem que ser anulada, não só essas questões que foram confirmadas”, diz Agostinho Belo, diretor do Sinaspa. As 16 questões confirmadamente clonadas já representam mais de um terço de toda a prova específica, que tinha o total de 40 questões. Há indícios ainda de que a prática da clonagem no concurso realizado pelo TJE em maio não tenha ficado restrita à prova dos assistentes sociais. O diretor do Sinaspa disse que o sindicato já foi procurado por economistas e psicólogos, que também se submeteram ao concurso do TJE, e desconfiam de clonagem em suas provas específicas.O Ministério Público do Estado (MPE) também se envolveu na questão e solicitou ao TJE, logo após a denúncia do Sinaspa, informações sobre as providências que serão tomadas em relação às questões clonadas. O promotor de Justiça de Direitos Constitucionais e Patrimônio Público, Alexandre Couto, comprovou a clonagem na prova dos assistentes sociais e informou, ainda na primeira semana deste mês, que analisava também a prova de estatística, da qual duas questões teriam sido retiradas do livro “Noções de Probabilidade e Estatística”. A nota do TJE divulgada ontem diz também que o presidente da comissão do concurso, juiz Ronaldo Valle, já encaminhou ao Ministério Público e ao Sinaspa as informações sobre as providências adotadas pelo Tribunal a respeito das questões específicas da prova dos assistentes sociais. No entanto, até a noite de ontem, o Sinaspa ainda não tinha recebido o comunicado do TJE e a reportagem não conseguiu falar com ninguém do Ministério Público que pudesse confirmar o recebimento do mesmo comunicado. (Diário do Pará)
terça-feira, 16 de junho de 2009
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