quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Demissões na iniciativa privada aumentam busca por concursos públicos
O aumento das demissões levou muita gente a procurar emprego no serviço público. Mas nem todos sabem que a aprovação num concurso não garante a contratação.Alguns candidatos seguem uma cartilha: é preciso ter um emprego que não desapareça na próxima crise. “Estou com 50 anos, tenho família, a gente não pode ficar sujeito a altos e baixos do mercado”, diz o engenheiro Marcelo Torreta. Numa escola em São Paulo, mais de 4 mil candidatos se preparam para os concursos públicos. A procura aumentou 20% em janeiro, depois que as empresas começaram a demitir. Luciana Prado é psicóloga, tem a própria clínica, mas prefere o governo como patrão. “Pela estabilidade, é o que atrai a maioria das pessoas para concurso publico”. O curso anuncia mais de 12 mil vagas em todo o país. Para técnico da previdência paulista, o salário é de R$ 1,4 mil. Para delegado da Polícia Federal, quase R$ 13 mil. Mas a carreira pública não é uma solução de curto prazo para quem está desempregado. As provas costumam ser difíceis. Muita gente fica mais de um ano estudando pra conseguir passar. Além disso, o fato de ser aprovado não garante emprego imediato. “Cada concurso tem uma validade, então é bom sempre ler o edital. Cada edital pode dizer seis meses com prorrogação de seis meses ou dois anos de validade ou mais”, diz José Luís Romero, diretor do curso. Helena Fekete ficou entre os 30 primeiros colocados num concurso para enfermeira. Mas, oito meses depois, ainda não foi chamada. “Faz parte. É importante que a gente não tenha ansiedade em cima de um concurso. Tem que se preparar muito bem, gostar dessa área e deixar de lado sabendo que um dia possam te chamar ou não”. Por isso, ela já está procurando outro emprego. Já o estudante Paulo Henrique Reis, que também foi aprovado num concurso, prefere esperar. “Eu decidi ficar no aguardo, não poderia assumir comprometimento com outra instituição e de repente ser chamado”. (G1)
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