Intersindical propõe um reajuste salarial de 15% para todos os funcionários públicos.
Ontem a tarde foi dada a largada nas rodadas de negociação salarial entre os sindicatos dos servidores públicos estaduais que compõe a Intersindical e o governo do Estado. Esse primeiro momento serviu para definir o cronograma de discussão e esclarecer dúvidas em relação as cláusulas da pauta entregue ao governo no mês de janeiro. A reunião aconteceu na sede da Sepof, Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças e contou com a participação de representantes da maioria dos onze sindicatos que integram a Intersindical.
'A gente discutiu metodologia, agenda e dúvidas. A pauta tem vários assuntos. O Estado vai ter que se reunir com os órgãos para, aí sim, definir o que poderá ser feito', esclareceu Angelo Carrascosa, coordenador da Câmara de Gestão do governo.
No encontro de ontem ficou decidido que, até o dia 25 de março, Estado e Intersindical voltam a se encontrar toda a quarta feira, com exceção do período de carnaval. A próxima reunião, já a partir da semana que vem, irá discutir as cláusulas sociais da pauta, que preveem, entre outras coisas, colocar em prática as condições de saúde do trabalhador e uma comissão permanente de fiscalização e acompanhamento das políticas implantadas pelo Estado.
No próximo encontro, a idéia é discutir as propostas de caráter sindical, como, por exemplo, a liberação de quatro servidores de cada sindicato para exercer o mandato classista, assim como permitir a essas pessoas a progressão funcional.
As cláusulas de caráter ecônomico foram deixadas para a última reunião, possivelmente no dia 25 de março. Nesse ponto, a Intersindical propõe o reajuste salarial de 15% para todo o funcionalismo e isonomia na concessão do tíquete alimentação, que hoje varia entre R$ 89 e R$ 300. A idéia é que todos os servidores passem a receber o valor máximo do benefício. 'Foi uma estratégia marcar para discutirmos essa questão por último porque esses ítens são os que apresentam maior dificuldade na hora de negociar', explicou Paulo Roberto, da Sindfepa (Sindicato das Fundações e Autarquias do Estado do Pará).
Ano passado, a Intersindical pedia reajuste de 25%, mas só conseguiram fechar um acordo em agosto com percentuais de 9,21%, 10,07% e 6,5%, para nível operacional, nível médio e nível superior respectivamente. As mudanças que estão sendo requisitadas neste ano devem atingir 120 mil servidores públicos, entre eles 20 mil temporários. A data-base dos servidores do Estado é em abril.
CRISE
A crise econômica mundial pode interferir nas negociações. Para José Júlio Lima, secretário de Estado de Planejamento, a turbulência que têm estremecido o mercado financeiro deve ser levada em consideração tanto pelo governo como pelos sindicalistas. 'Os reflexos da crise têm atingido tanto o Brasil quanto o Estado do Pará. Não digo que ela pode prejudicar as negociações, mas é um fator que preocupa e não pode ser ignorado nem pela Intesindical nem pelo Governo. Se a realidade é dura, o futuro é incerto'.
Os sindicalistas, no entanto, dizem ter uma concepção diferente do problema. 'Para nós a crise não interfere em nada, muito pelo contrário. O próprio presidente Lula, em meio a toda essa turbulência deu um aumento real do salário mínimo. Por isso, nós acreditamos que o governo, que deseja movimentar a economia, não pensa em diminuir salário, mas sim de aumetar. Nós entendemos que é o momento de mostrar que todo o Governo está com a política de fazer a economia crescer', afirmou Ribamar Santos, do Sindicato dos Servidores da Secretaria de Estado de Saúde (Sindisaúde).
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
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